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O auge de minha coragem é quando não ando sozinho  — Novo livro de poemas de Celso Gutfreind (Artes & Ecos, 2023), 116 páginas

 

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Comentários de Sergius Gonzaga:

            A concepção poética que preside O auge de minha coragem... está centrada em três buscas incontornáveis. A primeira delas reside no esforço por uma linguagem despojada, precisa, elíptica, que recusa todo o verbalismo, toda a redundância e todas as metáforas altissonantes, a poesia como síntese absoluta da expressão humana.

            A segunda decorre da percepção da natureza provisória das ideias, das ações e dos sentimentos dos indivíduos, condenados à fatal desintegração, sob o influxo do tempo e das suas circunstâncias, constrangendo o eu-lírico a defrontar-se com a solidão, o vazio e o absurdo da existência.

            A terceira busca nasce como tentativa de resposta a essa caótica multiplicidade do real e às sombras ameaçadoras da finitude; é quando o eu-lírico — agora convertido em eu-problemático — aponta (e ao mesmo tempo questiona) as alternativas com as quais desafia a intolerável gratuidade da vida. Sua voz ergue-se contra o destino, em nome do amor e, às vezes, apenas do sexo; opõe-se às perdas celebrando a partilha; nega a dissolução evocando a permanência da arte; e vislumbra, em seu ofício de escrita, na seleção e ordenação das palavras, na cerimônia das palavras, em sua consistência e beleza, a possibilidade maior de triunfo do homem sobre a eterna corrosão do transitório.

            Em O auge de minha coragem... o amor, o desejo, a solidariedade, a arte, e sobretudo as palavras, são as armas de que Celso Gutfreind dispõe não somente para louvar os frêmitos do dia, mas também para combater a angústia da noite.

 

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Celso Gutfreind nasceu em Porto Alegre, em 1963. Como escritor, tem 46 livros publicados, entre poemas, crônicas, contos infanto-juvenis e ensaios sobre psicanálise. Participou de diversas antologias no Brasil e no exterior (França, Luxemburgo e Canadá). Tem textos traduzidos para o francês, inglês, espanhol, chinês. Seus livros Narrar, ser mãe, ser pai e Tesouro Secundário foram editados na França. É colunista da Revista Estilo Zaffari. Finalista em treze ocasiões, Celso recebeu, em 1993, o Prêmio Açorianos e o Henrique Bertaso, com poesia. Recebeu o Açorianos, novamente, em 2021, no gênero infanto-juvenil, além dos Prêmios Passo Fundo de Literatura e Troféu Carlos Urbim, da Academia Rio-Grandense de Letras. Foi eleito patronável da Feira do Livro de Porto Alegre em seis oportunidades. Agraciado sete vezes com o Livro do Ano da Associação Gaúcha de Escritores, também foi finalista do Prêmio Jabuti 2011 e escritor convidado do Clube de Escritores Ledig House, em Omi (EUA), 1996.

É psiquiatra e psicanalista de adultos e crianças pela Sociedade Brasileira de Psicanálise de Porto Alegre. Pela editora Artes & Ecos, publicou Tesouro Secundário e A arte que se baste (poemas), O esquilo que se achava (infantil), além dos ensaios Mais relato menos metapsicologia e O Livro dos Lugares.

 

O auge de minha coragem é quando não ando sozinho — Celso Gutfreind

R$ 45,00Preço
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